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Gol Força Livre Sergio Ganga Sapinho

Quarta-Feira, 03 de Abril de 2019.

Gol Força Livre Sapinho

O piloto paulistano é um real desenvolvedor da modalidade arrancada no Brasil e o seu Gol recordista da categoria Força Livre Dianteira (FLD) é a prova viva da alta qualidade dos produtos nacionais aplicados no carro oferecem um grande resultado. Nesta matéria, ele fala de regulamento, desenvolvimento do carro, empresas parceiras e muito mais.


Texto: Rodrigo Autodynamics Vieira

Fotos: Edmar Autodynamics / Daniel Almeida


Ainda lembro o Gol quadrado furgão com que o Sapinho acelerava nos 330 metros de Interlagos. O piloto já estava em atividade com seu pensamento de desenvolvimento, seja na área dos câmbios ou no seu gosto pela alta performance e competição. 

Sergio Ganga é uma daquelas pessoas que faz com que o esporte arrancada avance no Brasil. Primeiro nos 8 segundos, primeiro nos 7 segundos, fez frente a todos os recordes mundiais com seu antigo e lendário Gol com motor longitudinal, carro que foi um verdadeiro guerreiro das pistas, teve diversas configurações e cores e deu muitas alegrias ao esporte no Brasil.

Depois disso, avançou no projeto da construção do primeiro Volkswagen transversal da categoria Força Livre Dianteira (FLD). Sempre extremamente atento as possibilidades e reações do carro, o desenvolvedor construiu o novo modelo com todos os detalhes possíveis. "A intenção era não ter que refazer nada", contou. 

Entre as empresas envolvidas no desenvolvimento do projeto, podemos destacar as empresas que são parceiras da Autodynamics. Os produtos da MetalHorse estão presentes em diversos setores. Além do capricho no acabamento, as conexões em diversas medidas e configurações que a MetalHorse conta em seu catálogo. Além disso, são peças que proporcionam segurança contra vazamentos, seja de combustível ou óleo, além de outros diversos componentes. Um dos destaques é o dosador de combustível para bomba mecânica, que foi testado no Gol antes de ser colocado no mercado. 

Outra empresa que conta com diversos produtos no carro é a FuelTech, parceira de longos anos do piloto. Constam FT600, EGT-8, Peak and Hold, Módulo FT Spark além de outros produtos, tudo perfeitamente montado pelo competente Pantcho Zika. 

O motor foi fechado utilizando pistões AFP, outra empresa parceira do Sapinho e parceira de grandes vencedores e recordistas do Brasil!

O volante é o levíssimo Lotse modelo Pro Drag revestido com camurça, botão e cubo de saque rápido Snap-Fit. Todo o setor de escapamento contou com o belo trabalho da família Lessan Scapes Especiais. 

O carro utiliza a nova embreagem centrífuga da Ceramic Power! O Melhor tempo do piloto em 402 metros foi 7s593 no Velopark. Autodynamics conversou com o piloto. 

Autodynamics: O projeto do Gol Geração 6 teve inspiração em algum projeto do exterior ou podemos dizer que este é um projeto totalmente pensado pela sua equipe?

Sergio Ganga "Sapinho": O projeto foi totalmente pensado por mim mesmo. Foi a realização do sonho de construir um Força Livre Dianteira (FLD) transversal.

AD: Ainda são poucos os projetos transversais de Volkswagen dianteira no Brasil. Qual era a maior dificuldade, no seu ponto de vista, além da transmissão, claro.

Sapinho: Até mesmo fora do Brasil são poucos carros assim. Geralmente, as equipes tem preferência por Hondas ou GM. A maior dificuldade já era conhecida, pois já tínhamos o Golf do Felipe Johannpeter do Velopark, carro que desenvolvemos o câmbio, isso sem contar os carros de rua, como Golf, Audi, entre outros. 

AD: Qual foi o ponto mais difícil na construção do carro?

Sapinho: Queríamos fazer a coisa certa, para não ter que refazer novamente. Também não sabíamos como o peso do carro iria ficar, pois nosso principal pensamento foi fazer um carro seguro. 

AD: Como você avalia o regulamento da categoria Força Livre Dianteira. O que poderia ser proibido e o que poderia ser liberado?

Sapinho: Quando o regulamento da categoria foi feito, não existiam os carros com motor transversal. E muito menos um transversal com motor AP. Então, tudo que fui fazendo, eu fui perguntando e tirando dúvidas com o pessoal da federação. Como o próprio nome diz Força Livre (FL), deveria ser liberado quase tudo e deveríamos nos encaixar mais no peso. Aliás, atualmente custa muito caro para fazer um carro dentro do peso, pois para isso, somos obrigados a usar fibra de carbono ou fazemos um carro sem segurança alguma. Por isso temos poucos carros na categoria, o custo é muito alto. Deveria ser repensado isto. Outro fato é que a pessoa que fez o regulamento, não entende nada e nem pesquisa com todos os participantes da categoria sobre o que seria possível fazer para melhorar. Outra coisa também: se pegarmos um Turbo Traseira B (TTB) ou Força Livre Traseira (FLT) é possível mexer nas rodas de tração para colocar para dentro e manter os Paralamas originais. Nos dianteira, as rodas ficam para fora e, para o encaixe, precisamos alargar os Paralamas. 

AD: Se uma equipe leiga iniciasse um projeto totalmente novo de um carro de corridas, qual o caminho para a busca de informações para esta construção?

Sapinho: Estamos tentando ajudar todos que queiram algo parecido com o nosso. A intenção sempre foi passar informações aos parceiros. 

AD: Como as empresas da arrancada brasileira participaram no desenvolvimento do carro?

Sapinho: Eu busquei fazer o carro com o que tinha de melhor no mercado brasileiro. Procurei trazer estas empresas junto comigo, oferecendo a parceria e todos me apoiaram. São elas: Pantcho Eletronic Systems, SportMachine Paraquedas, FuelTech, Stumpf Cabeçotes, Metalhorse, MTR, AG Componentes, K18, Belquip Competições, AFP Racing Pistons, Lessan Scapes Especiais, Ceramic Power Embreagens, 4D Garage e Impacto Especiais.

AD: Como você avalia o nível técnico do Brasil no desenvolvimento de carros de corrida, em comparação ao que você conhece do exterior?

Sapinho: No exterior eles começaram muito antes da gente e estão mais a frente por isso. Mas nada supera a criatividade e força de vontade de nós brasileiros. O carro é um laboratório de nossas peças e minha meta é chegar ao primeiro da lista dos tração dianteira no mundo. 

Gol Força Livre Dianteira (FLD)

Sergio Ganga – Sapinho – Equipe Sapinho Câmbios

MOTOR Volkswagen AP, 1900 cc, virabrequim forjado Susin Francescutti 90 mm, pistões AFP 82.5 mm, bielas Susin Francescutti 150 mm em aço, bomba de óleo externa Colloc, Cabeçote VW 16v Stumpf com trabalho de o´ring Sapinho, comando de válvulas Eurospec 280º, 114 lob center, 11 mm de levante, válvulas MTR, taxa 11,0:1

ALIMENTAÇÃO Coletor de admissão Belquip, borboleta 70 mm, 12 injetores, 1 bomba de combustível mecânica, todas conexões Metal Horse, dosador Metal Horse

TURBO E ESCAPE Turbina Garrett 4508 feita pela DNT Turbos, compressor quente .69, frio 1.01, pressão inicial 2.0 bar, pressão final 4.5 bar, wastegate Tial, coletor de escape em aço Inox Lessan Scapes Speciais, intercooler Garrett

Eletrônica Módulo de injeção e ignição sequencial FuelTech FT600, 4 bobinas FuelTech, Módulo FT Spark, Condicionador para termopar FuelTech EGT-8

TRANSMISSÃO Câmbio 02A, embreagem centrífuga Ceramic Power, pontas de eixo Sapinho, diferencial 3.64, blocante Torsen, alavanca de câmbio inline Sapinho

ESTRUTURA Gaiola Santo Antonio em cromo-molibdênio feia por 4D Garage, suspensões desenvolvidas pela Impacto Especiais, amortecedores Impacto, Rodas Weld Aro 15 x 10, Rodas traseiras Holeshot Aro 15 x 4, Pneus dianteiros Mickey Thompson 26 x 10,5 – 15, pneus traseiros MT 24 x 4,5 – 15

INTERIOR Banco 4D, volante Lotse Pro Drag, toda instrumentação na FT600, cinto de segurança Simpson, paraquedas Sport Machine, pedaleiras TC Pinturas e Peças Especiais, Peças em Fibra de Carbono TC Pinturas e Peças Especiais

NÚMEROS 1200 HP / 96 KG torque / peso 880 kgs / 7s593 em 402 metros 

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CONFIRA AS FOTOS DO CARRO EM DOIS FORMATOS. Em galeria suspensa ou em galeria tradicional Autodynamics


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