2º Festival Velopark

Data: 05/12/2019 a 08/12/2019.

Local: Autódromo do Velopark - Nova Santa Rita - RS - 402 Metros.

SEGUNDA EDIÇÃO DO FESTIVAL VELOPARK ELEVA A COMPETIÇÃO DE ARRANCADA NO BRASIL A NÍVEL INTERNACIONAL

Texto: Rodrigo Vieira - Autodynamics

Se na primeira edição tivemos uma prévia do que se trata essa nova era do Festival, na 2ª edição veio a constatação de que a grande festa da arrancada brasileira está instalada definitivamente no Velopark, complexo que reúne pista de arrancada, circuito e pistas de kart na cidade de Nova Santa Rita (RS), grande Porto Alegre.

Os organizadores não economizaram nos preparativos para receber os melhores carros do da américa do sul da melhor forma possível. Competidores vindos de todas as partes do Brasil, além de recordistas da Argentina e Paraguai abrilhantaram a grande festa.

Um dos maiores destaques foi a presença dos pilotos norte-americanos Shaw Ellington e Daddy Dave. Respectivamente pilotos do Murder Nova e Golliath 2.0 do programa Street Outlaws – exibido aqui no Brasil como “Corridas Proibidas” no canal Discovery Turbo, os americanos mostraram o quanto são populares no Brasil. Não trouxeram os carros, mas trouxeram toda a sua experiência em lidar com a popularidade que tem.

Porém o que interessa é acelerar e eles mostraram o DNA Racing Outlaw que tem. Na primeira alinhada com os dragsters do Velopark, ambos andaram na casa dos 7 segundos. Porém a glória foi ao sentar pela primeira e única vez na menina dos olhos do Brasil: os Opalas.

ÁREA 405 DE OPALA

Daddy Dave encarou o Opala Metal de Israel Fontanella, equipe Julieta Competições. Em meio a uma multidão, com explicações que variavam entre o portunhol, português e inglês, o piloto mostrou o quanto é “sangue nos olhos” e acelerou o carro com maestria, mesmo com câmbio manual e embreagem – coisa extremamente inédita nas corridas que eles frequentam nos Estados Unidos. O piloto largou com a mesma pressão que Israel Fontanella e cravou nada menos que 4.9@250km/h nos 201m e 7.5@297km/h nos 402m. Tudo isso em apenas uma largada e com pneus radiais!

Shaw Ellington, também chamado de “Murder Nova” deu o show! A bordo do Opala mais rápido do Brasil, o carro de Rodrigo “Perigoso”, equipe Pro Auto Competições, o piloto estava mais favorecido pelo fato do carro utilizar câmbio automático e pneus slicks. Mas, mesmo dentro de um carro com todo aparato de um “Pro Mod com carroceria de lata”, não seria fácil sentar uma única vez e fazer tudo corretamente. E sim, Murder deu um verdadeiro show já no burnout e largou com o pé simplesmente ABOTOADO no assoalho. Enfiou brutais 4.7@209km/h nos 201m, já com o carro desacelerado eletronicamente com um pico de pressão e mesmo assim cravou 7.9 nos 402 metros já sem acelerar. Murder iria virar na casa dos 7.3 fácil se o carro não tivesse desligado. Deu um verdadeiro show e passou na frente nos 402 metros, vencendo o desafio contra Daddy Dave. Uma verdadeira guerra de Oklahoma em plena reta do Velopark.

Desceram do carro esbanjando alegria em pilotar nossos carros, cheguei a puxar um coro “Opala, Brasil Brasil” e eles encararam com alegria. Foi sensacional e nós nunca – nunca – presenciamos uma situação como esta: dois pilotos sentarem pela primeira e única vez em carros tão difíceis de guiar e andarem no mesmo tempo dos seus pilotos originais.

MARCAS HISTÓRICAS

A prova foi recheada de grandes shows em todas as categorias. Poucas vezes vimos um festival de arrancada no Brasil com a pista tão adequada para acelerar. Alguns recordes coroaram grandes trabalhos desenvolvidos na temporada 2019:

Standard (ST). Thiago Lemos colheu os frutos do amor pelos aspirados e a união com o pessoal da equipe MM Motorsports. O piloto deu show em toda temporada e finalizou vencendo o Festival e cravando o recorde de 11s200 nos 402m!

Dianteira Turbo C (DTC). Destaque em todo ano, Fernando Defendi pulverizou o seu próprio recorde na categoria. Pela equipe Mecânica Longuinho, cravou 10s288!

Street Tração Traseira (STT). Vilson Ferreira, piloto e preparador da Julieta Competições e toda a sua maestria na tocada do aspirado carburado com pneus radiais nacionais! Chegou a ter o seu recorde batido por Rodrigo Possoli mas foi lá e defendeu com competência. Novo recorde com 10s538.

Turbo Street Traseira (TST): Cezar Augusto Ferreira mostrou que a categoria não tem limites, mesmo freada pelo regulamento e pelos pneus! Deu um verdadeiro show ao cravar 8s810 nos 402 metros com o Chevette AP turbo.

Traseira Super (TS): Diego Busato, equipe Speed Unlimited estava afinadíssimo para o Festival. Bateu o seu próprio recorde em diversas puxadas com o Camaro Nitro e deu um show ao lado de outro grande nome da arrancada: Gustavo Castañon e o Ford Maverick. Uma dupla para ninguém colocar defeito. Diego finalizou o 2º Festival com vitória e novo recorde de 7s073!

Dianteira Super (DS): Distante da pista em toda temporada 2019, Malton Coimbra voltou para a pista com foco total em defender o seu recorde mundial! E o fez com competência, quando o Volkswagen Gol G6 AP Aspirado Nitrometano enfiou estúpidos 8s223 nos 402 metros, batendo o seu próprio recorde e baixando mais ainda o recorde mundial dos aspirados tração dianteira!

Nas categorias Desafio e Bike, esta última cada vez mais numerosa, novos recordes:

Desafio Racing – Adriano Albuquerque – 5s531 (201m)

Desafio Street – Isan de Souza Valer – 6s426 (201m)

Moto Drag Racing – Messias Oberto – 5s599 (201m)

Moto Drag Bike – Kevin Zahlut – 5s151 (201m) – Beliscou os 4 segundos!

Estas quatro últimas categorias citadas tiveram sua competição em 1/8 de milha, isto é, 201 metros. Outra categoria que contou com metragem de 201m foi a Dragster Junior e esta merece um capítulo a parte:

Nada menos que 15 dragsters junior alinharam na reta do Velopark e ficamos muito felizes em ver que o futuro da arrancada brasileira está plantado. Gostaríamos que esta cultura dos dragsters crescesse junto com esta meninada e eles pudessem ter uma categoria de dragsters mais em conta no futuro para continuarem a dirigir os “Fórmulas” da arrancada. Muitos destes crescem e vão para outras categorias.

A vitória ficou para Pedro Lucas com 7s9 nos 201m e 119 km/h. Em 2º lugar ficou Christopher Mourão Rodrigues com 0,096 + 8s443. Em 3º lugar ficou Murilo Menegatti com o Drag de Martino Cani com o tempo de 0,062 + 8s794.

LENDAS DA ARRANCADA NA PISTA

Roderjan Busato deu um show na categoria Pro Mod (PM), equipe Speed Unlimited. Andou duas vezes na casa dos 5 segundos e seu tempo mais baixo e maior velocidade do Festival foi dele: 5s908@375 km/h.

Na categoria Pro Mod ainda tivemos a presença de nomes de peso, como Jader Krolow com o Corvette, carro que teve um problema e não finalizou a prova, Arlindo Pamelli – verdadeira lenda da arrancada brasileira, um dos primeiros pilotos de dragsters do Brasil. O piloto paranaense trouxe a lendária pick-up SS10 e, com direito a provocação digna de arrancada na final contra Roderjan Busato, veio com o propósito de acelerar apenas nos 201m. Outro grande nome foi Nico Pletsch, outra lenda da arrancada brasileira. Com o Maverick, deu show e comemorou muito a presença no Festival.

São carros com realidade diferente e passou da hora do Brasil e o Velopark ter categorias para incluir os Pro Mod Nacionais. Foi um verdadeiro show. Na categoria também tivemos o amigo argentino Lucas Gonzales com sua BMW, carro que andou pela primeira vez na casa dos 6 segundos em 402 metros.

Que fique claro que lançamos a ideia da volta de Scortgagna e seu Opala para o Festival 2020. São carros que o público está ansioso para ver novamente nas pistas e Scort sem dúvida é uma atração que não pode fazer falta.

O 2º Festival Velopark de arrancada merece um capítulo a parte em todas as categorias. Grandes nomes voltaram a acelerar. André Takeda trouxe o carro mais rápido que se tem notícia no Brasil para andar. Em outra ocasião, Takeda andou na casa dos 5.6 em 402m. Foram mais de 3 anos sem acelerar e finalizou o Festival Velopark com 0,194 + 5s805 a 324 km/h nos 402m. Tempo mais baixo da competição.

O 2º Festival Velopark de arrancada é uma festa da arrancada brasileira e, porque não dizer, uma festa da arrancada mundial, pois temos a alegria de ver mais de 60 mil pessoas gritarem por este esporte tão amado, agora com tanto destaque internacional e com a certeza de que esta é uma nova era de show. Parabéns ao Velopark pela iniciativa e que venham os próximos Festivais.

Texto: Rodrigo Vieira – Autodynamics

Fotos: Vitória Triacca, Jefferson Dornelles, Claudio Soares do Nascimento e Rodrigo Vieira (em breve mais fotos)